segunda-feira, 19 de junho de 2017

cola de cuspo...

na tua pose forte és fraco
somos todos assim os que aparentam uma força maior
por saberem as suas fraquezas mostram as suas forças

quem não é fraco não precisa de mostrar força
quem é rico não precisa de mostrar a sua riqueza
quem é pobre disfarça a sua pobreza

parece tudo ao contrário, parece que todos lutamos para nos contrariarmos
para nos mostrarmos diferentes do que somos
para não revelarmos como somos verdadeiramente

porque receamos que nos vejam fracos?
porque ser fraco é mau?
se a fraqueza é parte da humanidade que nos caracteriza porque a rejeitamos?

a fraqueza faz-nos falíveis
ninguém gosta de fracos
os fracos caem nas falácias,
nas opressões, nas tentações, nas manipulações
toda a gente gosta de força, vitalidade, convicções
de ideias consistentes
de confiança e atitude persistente
...
mas o que muitos desconhecem
é que somos um todo completo
com fraquezas e forças
e é nessa gestão, é nessa luta que recai toda a nossa humanidade
toda a estabilidade que procuramos
oscila nesses meandros de instabilidade
todas estas contrariedades que nos faz questionar
que nos faz reflectir
que nos faz parar
permite-nos ser humanos
permite-nos perdoar as fraquezas dos outros
permite-nos tolerar mais
permite-nos controlar a impuslvidade
permite-nos estar mais atentos

sexta-feira, 16 de junho de 2017

a distância aumenta...

Não esqueci....
Não adormeci....
Não morri...

mas a verdade hoje é tão diferente da verdade de há um ano atrás...
como é possível o tempo fazer milagres destes.
o tempo que odiei que se arrastava odiosamente devagar, que pecava por tamanha inércia, que assassinava qualquer esperança, que ignorava pedidos de ajuda, que era totalmente insensível
às lágrimas...
e o tempo que odiei tanto no passado, amo no presente, agora proporciona-me o afastamento que preciso para reflectir, proporciona-me o distanciamento para sentir e faz-me ver através de um olhar mais consciente.
por vezes oscilo entre o desejo de sentir e o sentir efectivamente, depois de tanto tempo a viver a sentir algo doentio, facilmente me confundo e não sei bem se estou a sentir verdadeiramente ou a desejar sentir verdadeiramente...