dias, noites e mais dias sem fio,
velas a arder sem pavio.
em cada passo vacilo.
horas, minutos e segundos,
vagarosos e lamacentos.
sorriso presente.
expressões desmentem,
e olhar consente.
acordada por dentro,
desperta na aurora,
firme na bravura,
nada atura.
desliga a ficha,
amanhã não demora.
febre ausente,
corpo dormente,
entre caminhos ardentes,
passeia em torpor,
desvios planeados.
tristes e cansados.
espasmos de prazer,
musica alta,
corpos contorcidos,
suores adormecidos.
curtos e doces,
tantos poucos.
mil pedaços,
não se juntam,
não existe cola,
nem escola,
nem regaços,
que curam.
à solta,
sem volta.
sem tento,
nem alento...
pula e salta,
com a musica alta.
e tenta,
e rebenta.
E chegou ao fim.
já não existe.
nada persiste,
voltou a bombear,
o sangue a correr,
e finalmente,
sente!