sábado, 12 de maio de 2018

mais leve...

O destino tem destas coisas,
o tempo também,
só nos permite passar o que conseguimos aguentar,
só nos permite ver o que queremos,
não vi nada,
não encontrei ninguém até estar preparada,
ainda foi só uma miragem,
mas foi suficiente para vislumbrar o outro lado,
há sempre um lado obscuro em nós ou na nossa vida,
quando o vemos parece que se faz sombra,
parece que toda a cor se desvanece,
a fotografia fica "debotada",
fica lambida de tempo,
de repente a minha mente ficou assorbebada por palavras,
por momentos isolados,
mas dolorosos,
surge a vontade de ler pensamentos,
pensamentos controversos,
do desejo de ser notada,
tal como o receio do que promoverá,
do que se dirá ou do que se ignorará.
volta tudo numa rajada,
aquela pequena poça de água,
de repente transforma-se num mar,
emoções afloram,
deseja-se partilhar esta informação,
mas sei que ninguém a quer ouvir.
E o meu entusiasmo de partilha,
continua a não ser um bom sintoma.
Mas a verdade é que o entusiasmo é genuíno,
mas porque o meu sentir me surpreendeu.
Não fiquei sem chão,
não fiquei angustiada,
não fiquei triste,
não tive raiva.
Senti-me leve,
senti que já não era meu...problema!
Alívio!

pressentir...

tenho andado a sentir...
a sentir que não sinto tanto...
a pressentir algo...
I'm i ready?
parece que sei,
parece que vai acontecer...
ando há quase 2 anos a preparar-me para isto,
não sei como?
não sei quando?
sinto apenas que está para breve,
há sinais,
há pistas,

Porém, apesar de mais distante,
ainda parece que há farpas presas,
que há um agridoce neste processo,

Hoje quando me ligaste,
e me perguntas-te como estava a minha cabeça acerca do passado,
quase tropeçei,
enchi-me de coragem e disse que estava bem,
e a verdade é que estou bem,
quando disse o que esperei ouvir,
que o encontrou, que se cruzou,
pensei que o pior ainda estava para vir,
com quem estava...
mas claro que dei a entender que já estava a fazer filme,
a verdade é que não estava,
mas é dificil não transmitir que não me é indiferente,
e portanto mais vale assumir...
bolas, como é dificil,
viver a negar e assumir tudo ao mesmo tempo!
quem é que vive com isto?
ainda pior é desejar, e pensar e ter que negar,
nem é aos outros é a mim própria,

what's wrong with me?
só posso ser doida,
quem pode desejar quem lhe faz mal?

ouvi cada palavra,
cada suspiro com atenção,
para tentar não me escapar nada,
para não ter que perguntar.
sustive todas as questões que me acorreram na mente,
como ele estava?
qual o aspecto?
com quem estava? como era?
a que horas? qual o restaurante?
como te pareceu?
enfim, tudo o que gostaria de saber,
mas que não quero saber.

Agora é isto, sou feita de contradições,

Afecta-me ainda, é um facto.
já estou melhor, que não tive que me ir enfrascar...
mas ainda assim, o estômago ficou embrulhado,
fiquei com a sensação de angústia...

ainda não consegui superar a minha fraqueza,
ainda não consigo ter misericórdia por mim,
ainda não consigo o mais dificil,
perdoar-me a mim e a ele...............



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

aperto!

estou farta!
estou cansada!
estou farta e cansada!
de sentir este aperto,
esta ânsia pelo que não tenho,
ou pelo que não sinto,
ou pelo que quero!
estou farta e cansada!
de sentir esta sensação de aperto,
o estômago parece embrulhado,
nada bate certo,
sem tom certo,
sem cor,
tudo continua,
tudo acontece,
tudo gira,
mas esta inquietude não dá tréguas,
continua este dissabor,
continua esta "desavontade" de qualquer coisa,
a cara lavada,
o sorriso largo e bem disposto,
escondem a angústia,
escondem a tristeza,
de sentir o que não se deve,
das vontades que urgem voltar constantemente,
a luta indulgente que se trava,
em cada memória,
em cada pensamento,
em cada esquina,
oiço rumores,
oiço vozes contraditórias, entre o deves confrontar e o deves esquecer,
oiço a minha voz que não tem voz,
rouca pede ajuda,
todos acham ridiculo,
vejo olhares de descrédito,
vejo olhares de pena,
sinto que me sentem perdida,
sinto que estou perdida,
que fiquei tão avariada,
que todas as decisões que tomo,
não mudam o que sinto,
viro para a direita, para a esquerda,
vou pela rotunda escolho outra saída,
vejo outras paisagens,
vejo outros contornos,
mas continuo a sentir o mesmo,
não posso mais,
tenho que confessar,
parece que nunca saí do mesmo sítio,
nem terapia, nem conversa, nem tudo,
não serei mais nada a não ser o que fui,
não consigo sair daquela estrada,
fiquei retida,
não sei o caminho para voltar,
e fiquei lá sozinha,
abandonada,
tento tudo,
eu corro, eu salto, eu danço, eu grito,
mas as folhas não mexem,
o mundo gira igual,
pareço transparente
não toco em ninguém...
não vibro com ninguém...
queria ficar no meu canto,
mas não consigo,
tenho que estar em movimento,
tenho medo de parar,
pavor de pasmar,
pavor de sentir,
talvez ande a fugir,
mas a inércia atrofia-me
não consigo não fazer nada,
não consigo acalmar,
não consigo sossegar,
só me vejo como um furacão,
sem coração,
foi tudo destruido,
nada funciona,
e ando cansada,
cansada de fingir,
o tempo continua a passar,
e eu a desejar que o tempo mude,
e que o tempo cure,
sempre soube que isto ia acontecer,
sempre vi e adiei este estado,
quando adiamos não evitamos,
acontece sempre!
aconteceu!
e agora?
amanhã vai amanhecer,
eu vou acordar,
e vou trabalhar,
tudo igual!
e igual é bom!
o que não é bom, não é ser igual,
não é a rotina,
não é o padrão,
o que não é bom, é não sentir o bom!