atenção é a palavra de ordem!
não é atenção vs cuidado com as obras aí ao fundo!
termos atenção de alguém that's the point,
o sentimento de que alguém está focado em nós,
que somos especiais para alguém,
que prendemos a atenção de alguém,
que quer estar por perto,
que gosta de nós.
Tantos egos aqui!
precisamos sempre de sentir reconhecimento,
atitudes de dedicação,
porquê?
psicologia barata diz-nos que provavelmente tivemos lacunas de atenção na infância,
somos tão inteligentes que até assumimos isso,
poderia ter sido melhor distribuida pelos irmãos,
ou porventura carecemos todos disso,
a culpa é dos pais!
uau, já arranjamos um culpado para a cena, aliás 2, ainda melhor!!!
mas a verdade é que como se ouve o cliché, reconhecer um problema é o primeiro passo para a cura...
fuck! a parte de verdade nisto é aniquilada pela parte errada disto,
sabemos do problema ainda ficamos mais irritados, porque afinal não sou perfeita!
e depois, ok, não sou perfeita, e agora o que é que faço?
espera, posso deprimir-me aqui a achar que nunca mais sou ninguém de jeito,
o que poderá ser um cenário real, e que ainda me deprime mais.
Depois pondero pesquisar a sério, sobre o tema,
wait a moment, existe muita gente com este problema,
fico mais deprimida, pessoal com vidas tramadas, com aspecto ainda pior, e com histórias que só me apetece cortar os pulsos.
depois penso, alguém conseguiu encontrar uma solução?
após anos de terapia, e de muitos livros de auto-ajuda,
apercebo-me de pessoas que foram por caminhos estranhos, espirituais, coachings, yogas, cenas de constelações, álcool, drogas e sei lá mais o quê. Resultado uma cambada de gente iludida com felicidades sem eco e conteúdo....
questiono-me, mas tens que fazer qualquer coisa, não?
vais ser assim defeituosa para sempre, ainda por cima tu é que sofres com isso,
fazes aquele papel de needed, ou de naif, ou de parva porque achas que te entusiasmas que nem uma louca quando aparece alguém que te trata como se fosses única, e tão especial que acreditas que aquela pessoa até agora não viveu como deve ser.
A partir de agora que te conheceu é que vai ser a vida AM e DM (antes e depois de Margarida), tão coolll!
Vibras que nem um vibrador com pilhas novas, só te apetece ser rebelde, a adrenalina é completamente viciante, e não queres que termine nuncaaaaaa.
Apercebeste-te entretanto que basicamente vibras com a ilusão que estás a criar de um monstro como tu que ambiciona viver na ponta da navalha com a sofregão da intensidade que proporciona esta ilusão, que tudo é possível que alimento o meu alter ego pelo qual me estou a apaixonar loucamente.
Se me retirar a mim da equação, o outro é apenas uma figura que tem que existir para fazer fit com o que desejo ter.
Entusiasmo-me tanto que não quero que aquilo acabe nunca, não dormimos, fico out de tudo, porque quero usufruir ao máximo, acho que no meu íntimo desconfio que a realidade está longe de mim.
Entretanto não quero saber, sou rebelde e tal.
E vou consumir tudo até à exaustão.
Depois vem o choque da realidade.
Helllo vidaaa!!
Há cenas para fazer, nomeadamente, filhos, compromissos, trabalho, a nossa vida suspensa.
Estava mesmo ali à nossa espera naquela esquina, com um sorriso jocoso a aguardar o nosso despertar.
E eis que ele acontece.
Às tantas em catadupa, @home na rotina da vida, pergunto-me, WTF que foi isto?
espera qual a parte real e qual a parte de ilusão.
a minha mente está-me a enganar ou eu vivo fora de mim?
sou dupla de mim,
sou tão intensa, que me preciso de duplicar,
e depois canso-me de mim,
e quero apenas desligar a corrente!
passaram cerca de 5 segundos, e eis que surge o tédio,
o meu arqui-inimigo numero 1, odeio-o,
dá-me tédio,
que coisa horrível para se oferecer a alguém,
dá-se tédio, ninguém aceita esse presente, não?
mas oiço dizer que faz bem ter tédio,
existem até epifanias acerca do tédio,
o ócio também já ouvi falar, outro monstro que me faz urticária,
Por vezes questiono-me porque os odeio,
porque me causam tanto desconforto,
será que os tenho em mim, e isso é que me deixa constrangida?
tudo aquilo que me provoca tanta irritação será por também coexistir em mim?
Continuo com esta dificuldade em não questionar tudo.
Porquê, porquê?
Vou voltar à infância, deve ser porque fiquei insatisfeita com a ausência de resposta a tantas questão na idade dos porquês.
Estou a concluir que me deveria pagar a mim própria as consultas de psicólogo, faço "all the job".
Cruzes, não se aguenta!
Sim, está cá tudo, até a solução!
Mas...
existe sempre um mas...
Continuo na mesma, preciso de atenção, é um facto.
Esmoreço sem atenção, como uma planta sem água.
E ninguém normal me consegue dar um nível satisfatório de atenção, e muitas outras exigências que tenho para a minha satisfação, de forma consistente, regular e para sempre!
Logo, the conclusion is, a minha vida será sempre um carrossel de emoções!
Também poderia perguntar, e tu? Dás essa full atention?
E a verdade é que dou, quando estou, estou! Quando quero, quero!
Quando sinto, sinto!
O meu problema é sempre o retorno, a forma em que volta,
a capacidade em que se reveste,
a intensidade que demonstra,
a veracidade, maturidade, e eternidade!! Menos que isso é pouco!
Se me canso também? Sim canso, e se por vezes sinto que é "2much" sim sinto,
e que um intervalo era provavelmente bom,
mas não admito, não assumo e não permito!
Tenho que ser capaz de aguentar com tudo, só assim sei que existe um futuro viável.
Depois de ler isto tudo, fico mesmo com a ideia que acredito em contos de fadas.
E eis-me a travar o entusiasmo, porque já sei que o entusiasmo é diferente de gostar,
e gostar é diferente de paixão, e longe ainda do amor!
A luta continua, e pergunto-me se deva entrar no carrossel?
Mas quando pergunto, normalmente é tarde demais, porque adoro festa, adoro diversão, adoro rir, adoro viver, e a diversão da vida perde a piada se não alinharmos.
Alguém já viu um carrossel com travões! Não teria piada nenhuma!
Atenção! Atenção!
A próxima viagem está a decorrer, e eu já paguei o bilhete!
Paguei para ver, para viver, para usufruir, eventualmente posso cair, mas a vantagem da experiência é que já não será a 1ª vez, a queda dói mas não o suficiente para não nos levantarmos, e tentar novamente montar aquele cavalo destemido e imóvel!
Gosto especialmente de escolher os assentos duplos em que podemos usufruir em conjunto!
Há coisa melhor do que partilhar uma viagem em conjunto com alegria e cumplicidade? Vens?