o prometido não é devido,
o prometido é de vidro,
encanto sem sentido
palavras vãs,
segredadas no divã,
encanto sem sentido
palavras vãs,
segredadas no divã,
cabeças na almofada,
cumplicidade efémera,
noites não dormidas.
promessas eternas,
pessoas modernas.
manhãs de alvorada,
frescas e sãs,
quem és tu? quem sou eu?
até já, ou até depois.
banho da vergonha,
memória apagada,
quem nunca?
que atire a primeira pedra.
no meio da latência,
o choque da realidade,
surge a imagem da cegonha.
rezas,
e promessas,
nunca mais esta ocorrência.
tudo apagado,
tudo lavado,
tudo desaparece,
em nada enobrece.
prometeram-me
juraram-me
choraram-me
cantaram-me
e de repente sem mais,
nem menos,
tudo morreu,
tudo esqueceu,
tudo se desvaneceu.
e enganaram-me
joelharam
prometeu,
e desprometeu,
sem remorso,
sem tensão,
sem expressão,
era assim,
uma ilusão,
com abnegação,
e sem noção.
era assim,
uma idealização,
sem precedentes,
nem antecedentes.